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Aracnídeo
Escrito por Editor
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segunda-feira, janeiro 02, 2012
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Ópticas
"Tenho estado em exílio estes anos todos, resolvendo questões que não interessam à raça". Assim começava um antigo poema dos meus tempos de escola, que foi escrito por mim, quando do meu espanto por saber que havia inúmeras coisas novas que eu até então desconhecia. Daquele momento em diante percebi que nunca vivera, mas sempre havia preservado um exílio dentro de mim.
Sensação que me invade agora, nesse ano novo, ao ler a bíblia e do meu ponto de vista insignificante começar a procurar entender um pouquinho de Deus, sua natureza e sua ação no tempo. É, tenho estado recluso, as palavras que leio são novas, não mais mortas, mas gordas de significados e límpidas de significação. A sua fonte parece querer gritar.
Por isso mesmo, reservo a mim o direito de querer um novo ano para minha nova condição de cristão. Um ano que grite aos meus ouvidos e que pareça de alguma forma um incômodo às minhas mãos. Todos os anos sem a percepção exata das palavras de Deus me trazem uma sensação nova, a de que perdi um tempo que não volta; a de que sou de uma geração que está no auge do seu ministério, mas eu não os acompanhei. Que Deus me ajude a recuperar as horas perdidas e me use como seu instrumento.
O mais é vaidade, como dizia um antigo pregador, que certo já sabia das fraquezas humanas e vislumbrava na sua imensa sabedoria, a imensa teia das vaidades que no futura se armaria, fruto das mãos de um imenso aracnídeo que a constrói com a cruel liga do poder.