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Resistindo às tentações

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 30, 2012 in
Do Rebele-se. Liberte-se. Este interessante vídeo sobre resistir às tentações. E, principalmente, fugir delas. Confira!

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Fragmentos (2)

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 24, 2012 in
Eu venerava a nossa teologia e pretendia, como qualquer um, ganhar o céu; porém, tendo aprendido, como algo muito certo, que o seu caminho não está menos franqueado aos mais ignorantes do que aos mais sábios e que as verdades reveladas que para lá conduzem estão além de nossa inteligência, não me atreveria a submetê-las à debilidade de meus raciocínios, e pensava que, para empreender sua análise e obter êxito, era preciso receber alguma extraordinária assistência do céu e ser mais do que homem.

(...)

Apesar disso, não deixava de apreciar os exercícios com os quais se ocupam nas escolas. Sabia que as línguas que nelas se aprendem são necessárias ao entendimento dos livros antigos; que a gentileza das fábulas estimula o espírito; que as realizações notáveis das histórias o fazem crescer, e que, sendo lidas com discrição, ajudam a formar o juízo; que a leitura de todos os bons livros é igual a uma conversação com as pessoas mais qualificadas dos séculos passados, que foram seus autores, e até uma conversação premeditada, na qual eles nos revelam apenas seus melhores pensamentos; que a eloqüência possui forças e belezas incomparáveis; que a poesia tem delicadezas e ternuras deveras encantadoras; que as matemáticas têm invenções bastante sutis, e que podem servir muito, tanto para satisfazer os curiosos quanto para facilitar todas as artes e reduzir o trabalho dos homens; que os escritos que tratam dos costumes contêm muitos ensinamentos e muitos estímulos à virtude que são muito úteis; que a teologia ensina a ganhar o céu; que a filosofia ensina a falar com coerência de todas as coisas e de se fazer admirar pelos que possuem menos erudição; que a jurisprudência, a medicina e as outras ciências proporcionam honras e riquezas àqueles que as cultivam; e, enfim, que é bom havê-las examinado a todas, até mesmo as mais eivadas de superstição e as mais falsas, a fim de conhecer-lhes o exato valor e evitar ser por elas enganado.

Descartes, Discurso do Método, 1ª parte

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Cristo na cidade

Escrito por Editor on sexta-feira, janeiro 20, 2012 in
O Senhor estará na cidade na medida em que seus habitantes sinalizem pelo testemunho a busca ou a presença de Deus.
 
A vida urbana é uma construção humana em busca da sobrevivência social, política e econômica. A formação das cidades é a experiência resultante dessa busca de sobrevivência atrativa. Nas últimas décadas, a formação de grandes cidades é um processo acelerado e irreversível em todo o mundo. São milhões de pessoas vivendo em áreas relativamente reduzidas, uma forma de convivência repleta de complexidade. De um lado, o encanto da modernidade: arranha-céus com tecnologia inteligente, meios de transporte de alta velocidade, gigantescos shopping-centers, serviços de todo tipo. De outro lado, o espaço urbano trouxe consigo o acúmulo de lixo, os engarrafamentos, a violência, o abismo entre ricos e pobres. Novos atores sociais surgiram com a urbanização, como o traficante, o flanelinha, o trombadinha.

O mundo urbano, formado como resultado da industrialização e do incremento das tecnologias, gerou uma forma de convivência individualista: cada ser humano busca uma maneira de existir sem que os outros lhe perturbem. A automatização limita os diálogos; as grades separam vizinhos; a janela do carro permanece fechada. Nas cidades, as relações humanas são fundamentadas na produtividade, no lucro, na competitividade. A sociedade urbana divide-se entre os que possuem poder de compra e os outros, que vivem à margem do sistema econômico e que a dinâmica do processo encarregou-se de empurrar para as periferias.

O crescimento das cidades levou ao fenômeno da coletivização. Já não há espaço para individualidades – o que existe é a massa, a galera. Acontece que, em qualquer lugar, as pessoas sempre buscarão uma experiência religiosa. Onde estiver um ser humano, ali há de acontecer um “evento” religioso. Faz parte da natureza do homem a sensação do vazio que necessita ser preenchido pelo sagrado. Na maioria dos casos, essa relação é apenas uma projeção subjetiva das realidades cotidianas – mas, no contexto da polis, ela assume novos matizes. Quando utiliza linguagens, símbolos e imagens, a religiosidade urbana comunica o individualismo, a concorrência, a violência, até. As divindades veneradas são tão egoístas como seus adoradores. De alguma forma, diante da linguagem e da expressão religiosa, será possível se identificar o quanto humano ou desumano é o povo de uma cidade.

No Apocalipse, João falou de cidades. Elas são descritas tendo como arquétipo as realidades espirituais conhecidas pelo narrador do texto. Babilônia e Nova Jerusalém apresentam diferentes manifestações de Deus – a destruição de um lado, o amor de outro. Babilônia venera o Dragão, um poder maligno que ameaça o povo de Deus. Em Nova Jerusalém, contudo, reina o Cordeiro. Na escatologia do Apocalipse, é possível perceber semelhanças sinais de Babilônia em São Paulo, Nova Iorque, Mumbai, Cairo, Londres. A Babilônia no mundo urbano pode ser a influência de um poder fora da geografia da comunidade que sofre. Uma influência grande, aparentemente irresistível. Pode ser o mercado, a alta tecnologia, o materialismo, a idolatria, a degradação ambiental, a exploração. Como a Besta, eles querem deixar suas marcas nos cidadãos.

Babilônia e Nova Jerusalém são realidades urbanas enfrentadas pela humanidade. A Nova Jerusalém é uma sociedade vinda da parte de Deus, mas sob a ameaça constante do poder político e econômico da Babilônia. Assim, identificar as “Babilônias” e as divindades de cada época, mantendo a esperança por novas realidades e lutando contra as contradições desumanas na cidade, são o sonho e o projeto dos seguidores de Jesus Cristo. O fenômeno da urbanização, com todas as suas complexidades, é uma oportunidade de serviço oferecida aos cristãos. Erigir a Nova Jerusalém é o sonho possível da presença de Deus no meio urbano. Nesta cidade, não há templos como os que vemos em nossas ruas e avenidas, “pois seu templo é o Senhor”, conforme João. É essa aspiração pela presença de Deus que está em evidência.

O Senhor estará na cidade na medida em que seus habitantes sinalizem pelo testemunho a busca ou a presença de Deus. O Verbo se fez carne e habitou entre nós; então, há espaço para Jesus nas cidades. Quando Deus se faz presente, manifestam-se os sinais do seu Reino: amor e justiça, graça e paz, alegria e solidariedade. Que esses sinais sejam mais evidentes em nossa realidade urbana.

Por Carlos Queiroz, Cristianismo Hoje

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A resistência cristã

Escrito por Editor on quinta-feira, janeiro 19, 2012 in
Já estive em contato com muitas teorias de constituição social de contextos diversos, mas nenhuma mais me surpreende como a cristã. Doze homens que andaram literalmente o mundo, ao menos o que chamavam na época de mundo, avinsando aos desavisados que um homem/Deus veio deixar um recado: arrependam-se e se convertam, passem a mensagem pra frente. Algo bem mais eficiente que uma corrente por e-mail, isso porque faziam o que pregavam, nada mais. Algo de uma simplicidade extrema. Jesus como meticuloso líder, no pouco tempo em que esteve com seus seguidores, os ensinou o necessário para que a missão fosse realizada. Lembrando aqui um filósofo que não me recordo, a mensagem é fácil de entender, a bíblia é simples, o que há de errado somos nós, que fingimos não entender, já que não momento posterior a isso, teríamos que cumprir o que ela diz. Assim, é mais facil sugerir hipóteses e maneiras de passar largo da Vontade de Deus.

A resistência cristã, que se iniciou com esses doze, depois de 2000 anos ganha o mundo. Diversos pontos de resistência se constituiram, sendo a internet um exemplo disso. Uma enorme teia de discursos do cristianismo surgiu, alguns falhos, outros um pouco melhores, mas são prova mais que concreta que o campo de batalha está armado. As peças estão posicionadas no imenso tabuleiro desde a eternidade. O processo está no seu curso, e tende a acabar-se.

Porém, o discurso virtual, este especificamente, tem que ser encarado não apenas da forma como repassamos e escrevemos e-mails para os outros. Há de ver em nós, na base de nossos discursos, a Verdade que conduziu os primeiros seguidores  de Cristo, o que salva definitivamente a intenção da teia do cristianismo, de suas sinceras provocações, impedindo que ela se perverta em vaidade de vaidades. Numa verdadeira Teia de Vaidades!

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Só o que trabalha tem pão

Escrito por Editor on quarta-feira, janeiro 18, 2012 in
Só o que trabalha tem pão, diz um velho provérbio inspirado no mundo exterior e visível e, coisa curiosa, adaptando-se muito mal à esfera que é, por excelência, a sua. Porque, na verdade, o mundo exterior rege-se pela lei da imperfeição, nele se vê, constantemente, o ocioso obter também o seu alimento e o preguiçoso possuí-lo ainda em muito maior abundância do que o diligente trabalhador. Tudo se acha nas mãos do possuidor do mundo visível em que triunfa a lei da indiferença; o espírito da lâmpada mágica obedece ao seu possuidor, Nuredino ou Aladino, e aquele que detém os tesouros do mundo é realmente patrão, qualquer que tenha sido a maneira como deles se apoderou. Não sucede o mesmo no mundo do espírito, onde reina eterna e divina ordem; ali não chove simultaneamente sobre o justo e o injusto; ali não brilha o Sol com indiferença para os bons e para os maus. Em boa verdade pode dizer-se dali: só o trabalhador tem pão, só o angustiado encontra repouso, só aquele que desce aos infernos salva a bem-amada, só quem empunha a faca recebe Isaac. Ali o pão não é para o preguiçoso, que é enganado, como outrora Orfeu, ludibriado pelos deuses, a quem deram um fantasma em vez de Eurídice; e sofreu tal decepção porque foi um efeminado sem coragem, um mero tangedor de lira e não um homem. Ali de nada serve ter por pai Abraão nem dezessete quartos de sangue nobre salva alguém. Quem se nega a trabalhar sente logo cumprir-se a palavra da Escritura acerca das virgens de Israel: só pode gerar vento; mas o que trabalha gera o seu próprio pai.

Kierkegaard, Temor e tremor.

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O cristianismo e a pós-modernidade

Escrito por Editor on quarta-feira, janeiro 18, 2012 in
O que é a pós-modernidades?
 
Talvez possamos começar por uma pergunta como essa. Isso por que o termo em questão corre para diversos lados quando o buscamos definir. Conceitualmente, pós-modernidade é uma miscelânia estruturas sociais que definem nossa época, tendo influência fundamental na existência individual e na constituição do chamado "ethos" do sujeito contemporâneo. Alguns autores, entre diversas áreas do conhecimento, chegam a dizer que pós-modernidade não existe, já que ainda construimos ou deixamos de construir a própria modernidade, essa estrutura social iluminista, cartesiana que hoje nos toma e nos acorrenta.

Por tanto, se me couber defini-la, diria que é uma época contruida e pautada na confluência das contradições. A estrutura social como nós a conhecemos sofre abalos, temos transtornos na política, econômia, ciência, religião, em uma escala cada vez mais fluida e próxima a nós. Boa parte das contradições podem dizer respito a dois pontos importante:

1º Apesar do avançado crescimento e uso da tecnologia não o podemos conciliar com um avanço social que influencie na vida de boa parte dos habitantes da terra.

2º Como que surgido de um longo sonho, o existencialismo vulgar começa a ser pensado, atuando ante o pluralismo religioso e na constituição e descontrução do conceito de identidade do homem moderno ou pós-moderno.

Particularmente, não creio na existência de uma pós-modernidade como a estão construindo, mas percebo um movimento de destruição de práticas e metamorfoses no cotidiano. Na igreja, isso pode ser percebido ante nossa dificuldade de lidar com o pluralismo religioso ou em assumir nossa missão sem perder o foco.
 
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A época que nos caracteriza hoje é instável. Uma era de ilusões, já que nada é o que parece. Buscamos, tateando na trilha do tempo uma lógica que não mais existe. A igreja sofre com os refluxos de uma época que se diz melhor que as outras e se permite tudo em todos os sentidos.

Ante a situação atual, o cristão pós-moderno, que não se reflete em sua época, mas a tem como cenário de atuação, toma para si as missões de Cristo e procura ser um ponto de resistência, mesmo que mínimo, que não deixa a voz da Boa Nova ser abafada.

Uma imensa teia de resistência pode ser edificada com a ajuda de muitos. Sobre a malha do discurso ocidental que versa da religião e do oriental sobre tolerãncia, o cristianismo evangélico não pode ser apagado, mas mostra-se no seu explendor para a Glória de Deus e a Salvãção de muitos.


Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:6

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O cristão pós-moderno

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 17, 2012 in
Durante algumas semanas estive com a idéia deste blog sendo maturada. A mim sempre me pareceu que estamos vivendo fora da época, como estranhos que ante nossas coisas mais cotidianas não nos reconhecemos. Vivendo numa época em que um absurdo e vazia são os melhores adjetivos de descrição. A chamada época pós-moderna.

Se em tempos de crise e reflexão Sartre e Camus aprofundaram-se na reflexão do ser humano, hoje temos um existencialismo que permanece na superfície das coisa, não querendo muito contato com o mais íntimo do ser humano. Preferimos negar o sentigo à afimar um que não temos estado dispostos a conhecer.

Em épocas como essa, a Igreja sente os abalos da política da diversidade e da confluência de diversos interesses religiosos. É impossível negar o surgimento de muitas seitas, organizações (muitas negando a religião, mas não a religiogidade), fazendo-nos tatear na superfície lisa e líquida dos cenários atuais.

Pensando nisso, percebi que existe um cristão pós-moderno, uma pessoa de sua época que dentro deste cenário prega e espalha o evangelho de Cristo nos muitos pontos de resistência que foram se criando ao longos dos ultimos dois mil anos.

Por isso mesmo, este blog, que considero um ministério do Senhor, pretende ser mais um ponto de resistência de Jesus Cristo, pregando a Verdade que liberta.

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O evangelho segundo minha vontade!

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 17, 2012 in
Para justificar o título posso contar duas histórias de amigos meus dos tempos de faculdade. Um, após não vê-lo uns dois anos, disse-me que agora era um homem religioso, "espiritual". Disse-lhe "que bom, mas qual igreja congrega mesmo?". Ao que me respondeu que não frequentava igreja alguma, nem que a doutrina que seguia se assemelhava ao cristianismo conhecido. Fiquei pasmo, mas continuei a inquirí-lo. "Explique-me, então". "Sou de uma comunidade japonesa que recolhe ideais gregos e os mistura com filosofia espiritual, procurando nos ajudar na vida hoje, nos orientando em como fazer as coisas". E disse o nome, que não entendi muito bem: "seixo no e". Ao que lhe perguntei, " e Jesus nisso tudo?". "Jesus é um grande homem, lá também estudamos algumas coisas que ele fez".

Depois de digeri a história continuei: "Pensei e fiquei feliz por um momento, já que achava que tinha se tornado cristão". "Não amigo, o Deus que você crê é demais para mim, os seus estatutos são ferozes, por isso pensei em conceber algo mais pra mim, uma coisa misturada, que me ajudasse a entender a a vida como ela é hoje". "Um Deus segundo sua vontade", eu disse. Ele não respondeu, e como quem quer me convencer a segui-lo em sua jornada de "autodescobrimento", passou a me dizer as liturgias e outros costumes de sua "comunidade.

Outra vez, foi quando descobri que um amigo meu, que eu acreditava ser ateu, exercitava uma espécie de religião mundialmente conhecida. Pertencia a uma comunidade que ingeria uma substância para que com os efeitos alucinógenos, pudesse ter acesso ao divino. Ele cria em muitas coisas, uma delas é que era bom tomar a tal gororoba e ficar deitado na grama a olhar as estrelas.

Para os dois fiz o mesmo convite, que com a repulsa academica de recusaram:

- Venha à minha igreja amigo, nos visite.
- Não posso, nesse meio, não sou um devoto, mas me assemelho mais a um antropólogo que fica analisando atos e práticas.

Hoje refletindo, percebo que é muito cômodo ao homem conceber um Deus segundo sua vontade, que execute suas paixões, não se importando que o que ele faça. É muito fácil criar um evangelho segundo meus precitos e dizer que agora sou espiritual. Um Deus que esteja absolutamente sob meu controle, que seja uma mistura de minhas crenças subversivas e que reflita nada mais que minha personalidade sem decisão.

Li uma vez a definição do antropólogo Bronislaw Malinowski definindo magia e religião. Magia seria quando eu defino e modelo a divindade, e religião ao contrária, quando a divindade, com seus preceitos e indentidade me modela. Nessa definição, quem se considera cristão, tem, necessariamente que acreditar que Ele, Cristo Jesus é o Caminho, não havendo filosofia ou ideal espiritual que o embargue ou o defina melhor.

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O evangelho segundo minha vontade!

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 17, 2012
Para refletir sobre o título, que é o que buscamos quando clicamos num link, posso contar duas historinhas de dois amigos meus. 

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O ecletismo intelectual

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 16, 2012 in
O ecletismo é uma autofrustração, não porque haja somente uma direção a percorrer com proveito, mas porque há muitas: é necessário escolher. (...) 

Clifford Geertz

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A rua das ilusões!

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 16, 2012 in
Ocorreu-me sempre que o cristianismo seria uma cidade de uma única rua. Sempre agradou-me esta percepção. Desde os tempos que defendia meu catolicismo pessoal, uma doutrina própria que construi e que seguia, reservando-me o direito de dizer que estaria salvo por isso. Na metáfora urbana que propunha, apesar de a cidade ter uma única rua apenas, que insistentemente saia para fora de si, também reservava-me o direito de afluir e dobrar a esquina para uma viela qualquer, ou mesmo estacionar na calçada, e em ultima opção, de bloquear a rua impedindo o trânsito. Sempre eu encontraria um caminho alternativo que não fosso o naturalmente proposto pelas estruturas literárias. Até que um dia me dei conta da verdadeira história, por isso, creio ser necessário contá-la agora, para a indignação dos cristãos que têm metáforas mais sublimes!

Eu que penso nos sentidos não me coloco na cidade de Lhu, outrora Buurp, deserto oeste daqui. Os que já visitaram não voltaram lá outra vez, tudo por que a cidade só tem uma rua, que persiste insistentemente para fora de si mesma. Rua de mão única, que escorre desde o seu início até o seu fim, não podendo o visitante jamais fazer o retorno.

É fácil encontrar, em todos os mapas temos a referência exata da latitude e longitude, os caminhos mais seguros, os atalhos mais rápidos, mas sem jamais uma orientação sobre como proceder ao passar pela rua em questão. Eu que penso em sentido para as coisas, adianto que passaria devagar, observando lentamente o movimento das pessoas nos seus ofícios, podendo parar a qualquer tempo, para não precisar retornar.

Um velho sábio pelo caminho diz palavras boas aos que com olhos afoitos saem da cidade sem perceber e jamais retornam. Ele diz que Lhu é como a vida, sem volta, sem nova chance, sem instruções de como proceder como teríamos na bula de uma maleta de ferramentas.

O velho sábio conta que na vida não há perdão, só erro e que as coisas passam e que somos como os que passam por esta estranha rua. É muito difícil acreditar que tudo é como uma chama de vela ante o vento duma manhã nublada. A vida é só uma, apenas um rio de curso curto, do primeiro ao ultimo dia, sem retorno.

Mesmo não me contando, soube que uma nova chance pode haver para os que passaram despercebidos, sem ver o que habitava nas calçadas. Era só andar ininterruptamente adiante, dá a volta ao mundo, perfazendo a circunferência da terra.

Depois, procura-se uma vaga e se estaciona.

Creio que a saída aqui proposta é plausível. Depois de um erro na vida cristã, um pecado, um tropeço, diga como quiser, para os outros, não nos adianta arrepender-se e seguir o certo, mas é preciso viagem maior, até que os outros, a imensa igreja visível, nos perdoe e nos veja como certos. Isso pode demorar, advirto-os, dura-se um ano, dura-se uma vida. Dura-se até uma volta ao mundo.

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A doutrina da escolhas

Escrito por Editor on quinta-feira, janeiro 12, 2012 in
Hoje tive uma sensação estranha de insegurança. Foi quando fui posto diante das comprovações de minhas mais importantes escolhas que fiz nos ultimos tempos: o dia em que saí do meu antigo emprego, um lugar onde tinha uma posição confortável e muitas horas de folga. Era um local conturbado, mas para o qual já havia sido preparado, após longos 10 anos de trabalho. Apenas um detalhe me incomodava, sendo este o mais importante de todos os contrapesos que me colocaram ante a decisão final: eu odiava o que fazia; nem sempre, mas nos ultimos meses um incômodo visceral me atacava.

Após a saída em condições especiais, deparo-me com as constantes indagações: mas você não se arrependeu nem um pouco? Digo que não! Absolutamente. Apesar de nutrir uma saudade pelos amigos, que agora não me fazem mais companhia e pelo jeito intensivo como lidava com aquele trabalho. Fato que me despertou agora um bolo no estômago quando os encontrei andando pela rua. Os mesmos apertos de mãos, os abraços e as mesmas perguntas.

Meditando na minha questão, apesar de ser o mais vil de todos os questionadores, como é o caso daquele que modifica a pergunta antes que ela esteja pronta; como é o caso daqueles que questionam sobre o que é a verdade; cheguei a conclusões absolutas, muito cristãs, de passagem, e completamente esclarecedoras. Mesmo sabendo que sou também o mais inconstante dos questionadores, creio que para reportar ideias prontas e decisões que ninguém toma eu poderia dizer:

- Toma-se uma decisão. Assuma as suas bonanças e algemas, já que a vida, a cristã mais ainda, é marcada por escolhas e consequencias.

Se eu tivesse descobrido isso há 10 anos, não seria o pior cristão do mundo, apesar de ainda concorrer a figurar neste ilustre rol.

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Fragmentos

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 10, 2012 in
Prefácio

É possível que esta forma de “exposição” se afigure, a muita gente, singular; que pareça demasiado severa para ser edificante, demasiado edificante para ter rigor especulativo. Se ê demasiado edificante, não sei bem; demasiado severa, suponho que não; e se o fosse, seria, a meu ver, um defeito. O problema não está em saber se pode ser edificante para toda a gente, visto que nem toda a gente será capaz de a seguir; mas, neste caso, que por sua natureza seja edificante. A regra cristã quer, com efeito, que tudo, tudo, possa ser pretexto para edificar. Uma especulação que não o consiga, será, por isso mesmo, acristã. Uma exposição cristã deve evocar, sempre, as palavras do médico à cabeceira do enfermo; não sendo necessário ser cristão para as entender, nunca se deve esquecer, contudo, o lugar onde foram proferidas.

Esta intimidade do pensamento cristão com a vida (contrastando com a distância que a especulação mantém) e também esse aspecto ético do cristianismo, implicam precisamente a edificação, e uma separação radical, uma diferença de natureza, separam uma exposição desta espécie, não obstante o seu rigor, dessa forma de especulação que se quer “imparcial”, e cujo pretenso heroísmo sublime, bem longe de o ser, não é para o cristão mais do que uma espécie de desumana curiosidade.

Ousarmos ser nós próprios, ousarse ser um indivíduo, não um qualquer, mas este que somos, só face a Deus, isolado na imensidade do seu esforço e da sua responsabilidade: eis o heroísmo cristão, e confesse-se a sua provável raridade; mas haverá heroísmo no iludirmo-nos pelo refúgio na pura humanidade, ou em brincar a ver quem mais se extasia perante a história da humanidade? Todo o conhecimento cristão, por estrita que seja de resto a sua forma, é inquietação e deve sê-lo; mas essa mesma inquietação edifica.

A inquietação é o verdadeiro comportamento para com a vida, para com a nossa realidade pessoal e, conseqüentemente, ela representa, para o cristão, a seriedade por excelência; a elevação das ciências imparciais, muito longe de representar uma seriedade superior ainda, não é, para ele, senão farsa e vaidade. Mas sério é, eu vo-lo afirmo, aquilo que edifica.

Em certo sentido, portanto, um estudante de teologia teria podido ser o autor deste livrinho, ainda que, em outro sentido, talvez nenhum professor o tivesse podido escrever.

Mas, tal como se apresenta, este tratado não nasceu da irreflexão, nem deixa de ter probabilidades de acerto psicológico. Se há um estilo mais solene, o certo é que a solenidade levada a tal grau deixa de ter sentido, e com o hábito acaba por se realizar à insignificância.

Quanto ao resto, urna última observação, sem dúvida supérflua, mas que não quero deixar de fazer: quero acentuar por uma vez qual a acepção que tem a palavra desespero em todas as páginas que se seguem; como o título indica, ele é a doença e não o remédio. É essa a sua dialética. Tal como na terminologia cristã, a morte exprime miséria espiritual, se bem que o remédio seja precisamente morrer, morrer para o mundo.

Exórdio

Esta enfermidade não é para morte (João 11, 4) e contudo Lázaro morreu; mas como os discípulos não compreendessem a continuação: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas eu vou acordá-lo do seu sono, Cristo disse-lhes sem ambigüidade: Lázaro está morto (11, 14). Lázaro, portanto, está morto, e contudo a sua doença não era mortal, mas o fato é que está morto, sem que tenha estado mortalmente doente.

Cristo pensava nesse momento, sem dúvida, no milagre que mostrasse aos contemporâneos, ou seja, àqueles que podem crer, a glória de Deus, no milagre que acordou Lázaro de entre os mortos; de modo que não só essa doença não era mortal, mas ele o predisse, para maior glória de Deus, a fim de que o filho de Deus por tal fosse glorificado.

Mas, ainda que Cristo não tivesse acordado Lázaro, nem por isso seria menos verdade que essa doença, a própria morte, não é mortal! Desde o instante em que Cristo se aproxima do túmulo e exclama: Lázaro, levanta-te e caminha! (11, 43) já estamos certos de que essa doença não é mortal. Mas até sem essas palavras, não mostra ele, ele que é  a Ressurreição e Vida (11, 25), só pelo aproximar-se do túmulo, que essa doença não é mortal? e simples fato da existência de Cristo, não é isso evidente? Que proveito haveria, para Lázaro, em ter ressuscitado para ter de acabar por morrer! Que proveito, sem a existência daquele que é a Ressurreição e a Vida para qualquer homem que n ‘Ele creia! Não, não é por causa da ressurreição de Lázaro que essa doença não é mortal, mas por Ele existir, por Ele. Visto que na linguagem humana a morte é o fim de tudo, e, como é costume dizer-se, enquanto há vida há esperança.

Mas, para o cristão, a morte de modo algum é o fim de tudo, e nem sequer um simples episódio perdido na realidade única que é a vida eterna; e ela implica para nós infinitamente mais esperança do que a vida comporta, mesmo transbordante de saúde e de força.

Assim, para o cristão, nem sequer a morte é a doença mortal, e muito menos todos os sofrimentos temporais: desgostos, doenças, miséria, aflição, adversidades, torturas do corpo ou da alma, mágoas e luto. E de tudo isso que coube em sorte aos homens, por muito pesado, por muito duro que lhes seja, pelo menos àqueles que sofrem, a tal ponto que os faça dizer que  a morte não é pior, de tudo isso, que se assemelha à doença, mesmo quando não o seja, nada é aos olhos do cristão doença mortal.

Tal é a maneira magnânima como o cristianismo ensina ao cristão a pensar sobre todas as coisas deste mundo a morte incluída. É quase como se lhe fosse necessário orgulhar-se de estar altivamentepara além daquilo que correntemente é considerado infelicidade, daquilo que vulgarmente se diz ser o pior dos males... Mas em compensação o cristianismo descobriu uma miséria cuja existência o homem, como homem, ignora; e essa miséria é a doença mortal.

O homem natural pode enumerar à vontade tudo o que é horrível e tudo esgotar, o cristão ri-se da soma. A diferença que há entre o homem natural e o cristão é semelhante à da criança e do adulto. O que faz tremer a criança nada é para o adulto. A criança ignora o que seja o horrível, o homem sabe e treme. O defeito da infância está, em primeiro lugar, em não conhecer o horrível, e em seguida, devido à sua ignorância, em tremer pelo que não é para fazer tremer. Assim o homem natural; ele ignora onde de fato jaz o horror, o que todavia não o livra de tremer. Mas é do que não é horrível que ele treme. Assim o pagão na sua relação com a divindade; não só ele ignora o verdadeiro Deus, mas adora, para mais, um ídolo como se fosse um deus.

O cristão é o único que conhece a doença mortal. Dá-lhe o cristianismo uma coragem ignorada pelo homem natural — coragem recebida com o receio dum maior grau de horrível. Certo é que a coragem a todos é dada; e que o receio dum maior perigo nos dá forças para afrontar um menor; e que o infinito temor dum único perigo nos torna como inexistentes todos os outros. Mas a lição horrível do cristão está em ter aprendido a conhecer a doença mortal.

Soren Kierkegaard, O Desespero Humano.

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Orai sem cessar!

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 09, 2012 in
A função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora.

Soren Kierkegaard

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O Deus desconhecido

Escrito por Editor on sexta-feira, janeiro 06, 2012 in
Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.

Atos 17:23

Constrange-me incrivelmente a dúvida se já conhecemos e temos obedecido ao Deus desconhecido. Este que há séculos se nos mostra através de muitas parábolas. Mais ainda, há a dor de duvidar se já o conhecemos, ou se como era para os romanos, nos permanece um objeto, um ícone, um totem. Um desconhecido. Creio que poderemos chegar a respostas sólidas. Será que a confluência de igrejas "evangélicas", comunidades espirituais, comunidades religiosas e nós mesmos já podemos adorar ao DEUS CONHECIDO e dizer algo Dele? Ou Ele permance DESCONHECIDO,  e por tabela, quase inacessível?


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Importante

Escrito por Editor on quinta-feira, janeiro 05, 2012 in
Eu sempre fui um parasita. Nunca deitei sob um teto que não fosse de alguma pessoa que me tivesse amparado. Tenho meio século de vida, menos algumas horas. Sou egoísta, trapaceiro e mentiroso. Por ser desprovido de honra, vergonha na cara e moral suporto ofensas, agressões, desprezo e escárnio sem problemas. Tenho preguiça, sou incompetente e irresponsável. Fujo do trabalho. Sou folgado.

Rude, grosseiro, cruel esnobo quem me ama. Também nunca amei verdadeiramente pessoa alguma. Frequentemente, sem o menor remorso, desprezo minha família e exalto meus amigos por conveniência. Sou perdulário, hipócrita e dissimulado. Sou invejoso, aproveitador, cínico e covarde. Não tenho escrúpulos nem remorso quando engano, desrespeito e humilho quem não me convém.

Roubo, trapaceio, exploro e abandono qualquer pessoa. Seja mãe, irmãos, filhos, amigos. Sou ingrato, falso, perverso, infiel e insensível. Não tenho respeito por ninguém, sou inconveniente, indiscreto e mal educado. Sou orgulhoso e vingativo. Não sinto pena de ninguém. Sou destemperado, deselegante e violento. Sem controle, indisciplinado, não tenho metas, sou desastrado. Não tenho discernimento.

Sou feio, mal arrumado, fedo. Fumo, bebo, jogo. Sou pervertido. Ando mal acompanhado. Sou arruaceiro, desqualificado, detestável, tosco, doente, ordinário, insignificante. Mas, ainda assim, com todos esses atributos desprezíveis e abomináveis alguém foi maravilhosamente bondoso comigo. Me fez acreditar que sou importante, quando morreu em meu lugar, pregado numa cruz. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


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A muralha

Escrito por Editor on terça-feira, janeiro 03, 2012 in
Provisoriamente estabeleço minha trincheira um pouco abaixo do rio. De lá, após o crepúsculo, poderei ver o findar da batalha que perdura há dois milênios, e que agora, após o cessar das guerras mundiais, acabará. O general principal, responsável por comandar as tropas humanas, apto combatente de muitas guerras, jaz entre as flores do ultimo jardim, que foi tomado na noite passada. Acabo de comer, eram folhas secas, com um molho que mamãe preparou, muito amargo, mas o que há de mais saboroso na face da terra. Lá, fora, longe de nossa montanha, os combates são frequentes. O homem, após todos os séculos, finalmente conseguiu o que queria desde Caim, acabar com quase todas as formas de vida e com mais da metade da população do mundo. Hoje sobrevivem algo em torno de 30 bilhões de pessoas. A fome é crítica. Os países europeus, preocupados com a segurança mundial ergueram uma impressionante muralha em torno do continente africano. De lá não se sai mais nesta vida. A impressionante obra, por muitos comparado à Torre de Nimrod, cresceu em seis meses. Vai por todo o litoral a pontilhar a forma do território, tem 50 metros de altura, 15 metros de largura, com guardas armados a cada cem metros em impressionantes fortes com tecnologia de ultima geração. Nada transpõe a estrutura, que ao menor impacto, dispara raios letais que  aumentam a temperatura dos corpos até a total desidratação. Mamãe disse que a medida foi certa. Meu colega de reclusão, o inocente Caio, afirma que o Senhor Jesus está perto de vir. Já até se pode ouvir os passos da marcha, as trombetas e os anjos. Por isso me aconselhou ler o livro do Apocalipse, de João. Ainda conseguir um exemplar na velha biblioteca de nosso pai, que faleceu num ataque. Esses livros são muito caros, mas podemos não tendo o que comprar, ainda temos dinheiro em dois ou tres cofres em casa. Após refletir, só sei de uma coisa ao certo, Jesus poderá vir, ao nascer da aurora cinza, mas o dia não se sabe. Deu no noticiário que alguns homens de um país em guerra na África, conseguiram transpor um dos pontos da impressionante Muralha Européia, talvez ainda hoje bilhões de pessoas invadam a europa e de lá em alguns instantes podem chegar até aqui. Resolvi sair do rio, é melhor permanecer nas colinas, ainda há neve, galhos e um pouco de chocolate. Caio ler o grande livro, atualmente, nossa unica esperança.

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Conhecendo um Deus incrível

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 02, 2012 in
Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.

Oséias 6:3

Um estalo!
Uma conformação menos precisa de minhas mãos humanas. Momento em que a sanidade é abalada ou a ausência das bases que firmam o sono. Tudo se explicaria também quando me faço encarar com o livro sagrado, indagando especulações, propondo minha abertura da alma, ignorando qual tradução ler. Por Deus, o que importa isso agora! Nenhuma delas pode mostrar a verdade das letras: eu não conheço o meus Deus.

Lembrando o que meu Salvbador disse, faltanos-nos (a mim mais ainda) o seu conhecimento. Sou sujeito inútil, impreciso, louco, sem maiores adjetivos que o portugues nosso de cada dia abarque. Mas a Verdade Dele me invade, como um náufrago acordado que se ver ante os furos de seu barco estou eu aqui. A perceber que a água invede meu ser e me constrange inexplicavelmente.

Talvez essa seja uma boa hora para conhecê-Lo, no momento exato em que Ele me invade.

Missão que perdurará a vida inteira, sendo a única coisa que realmente nos valha no fim. Compreender uma pequena parcela do nosso Deus.


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Aracnídeo

Escrito por Editor on segunda-feira, janeiro 02, 2012 in
"Tenho estado em exílio estes anos todos, resolvendo questões que não interessam à raça". Assim começava um antigo poema dos meus tempos de escola, que foi escrito por mim, quando do meu espanto por saber que havia inúmeras coisas novas que eu até então desconhecia. Daquele momento em diante percebi que nunca vivera, mas sempre havia preservado um exílio dentro de mim.

Sensação que me invade agora, nesse ano novo, ao ler a bíblia e do meu ponto de vista insignificante começar a procurar entender um pouquinho de Deus, sua natureza e sua ação no tempo. É, tenho estado recluso, as palavras que leio são novas, não mais mortas, mas gordas de significados e límpidas de significação. A sua fonte parece querer gritar.

Por isso mesmo, reservo a mim o direito de querer um novo ano para minha nova condição de cristão. Um ano que grite aos meus ouvidos e que pareça de alguma forma um incômodo às minhas mãos. Todos os anos sem a percepção exata das palavras de Deus me trazem uma sensação nova, a de que perdi um tempo que não volta; a de que sou de uma geração que está no auge do seu ministério, mas eu não os acompanhei. Que Deus me ajude a recuperar as horas perdidas e me use como seu instrumento.

O mais é vaidade, como dizia um antigo pregador, que certo já sabia das fraquezas humanas e vislumbrava na sua imensa sabedoria, a imensa teia das vaidades que no futura se armaria, fruto das mãos de um imenso aracnídeo que a constrói com a cruel liga do poder.

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